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Channel: Comentários sobre: Air France KLM compra parte da GOL por US$ 52 milhões
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Por: Andre Agra

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Continuando…
Até hoje não temos o mesmo numero de voos para o exterior do passado. Isso com um mercado muito maior que na década de 90. Pq competir com a TAP que voa para 10 destinos nacionais se ela não pode competir com as locais num CGH/SDU? Para que se o filé tá aqui mesmo? Resultado, desde a quebra da Varig e da Transbrasil a TAP impera. Bons tempos em que havia 3 cias aéreas operando Brasil/Lisboa. Hoje temos quase a exclusividade da TAP na linha.

Lucro Brasil não é ficção. Trabalhei em 2 grandes empresas multinacionais do turismo e veja só, o Brasil era a menina dos olhos e por um só motivo, lucro. Aqui se paga o dobro dos impostos mas se paga metade de outros custos. Pagamos ao governo uma carga trabalhista absurda sobre salários que não chegam a metade dos praticados lá fora. Havia posições em que enquanto o brasileiro recebia R$ 600, um americano ganhava USD 1.400 pela mesma função nas unidades da América, mas o preço cobrado dos clientes brasileiros era em média 30% superior ao cobrado lá fora pelo mesmo produto. Eu não sei qual é o seu setor, mas no meu, o mercado foi tomado pelas "gringas" que crescem vertiginosamente. Posteriormente acompanhei a venda de uma empresa 100% brasileira, foco de interesse dos "gringos" e dificil era lidar com a desconfiança dos caras quanto a precisão dos relatórios. Uma única unidade dava mesmo aquele lucro todo. Eles riam. diziam precisar de 3 ou 4 unidades lá fora para lucrar o mesmo. Nas mãos de quem a empresa está agora? Não é de brasileiro. Nem vou sair do turismo citando montadoras, bancos… Mania de brasileiro de só olhar as maravilhas americanas e esquecer que a França é um pesadelo trabalhista ( para as empresas ) e mesmo assim a Air France e uma infinidade de outras mega corporações deles estão aí, fazendo dinheiro.

É obvio que as cias de outros continentes que fazem a rota Brasil/Argentina aproveitam vantagens de abastecer lá, mais uma vez, bastante simplista. Esquece que Buenos Aires e Santiago ficam fora do alcance da maior parte das aeronaves quando partindo dos Emirados e alguns pontos da Europa. Se essa fosse a grande vantagem qualquer cia aérea americana e todas as européias iriam aproveitar o filão e deixar Buenos Aires e Montevideo só com voos com conexão em São Paulo. Não são corridinhas a posto de combustível e sim paradas técnicas que exigem reabastecimento em SP para voar até Buenos Aires com as aeronaves menos lucrativas para rotas curtas e médias. Veja só, a unica dessas cias que faz Rio/Buenos Aires é a única que vem dos Emirados ao Rio… as Europeias e Americanas voltam do Rio mesmo. Pq seria?

É claro que procurando há exemplos diversos de sucesso ou fracasso. Há também N exemplos de empresas bem sucedidas. Poucas são as redes hoteleiras nacionais hoje em dia. Espanhois, franceses, portugueses e americanos tomaram o mercado de assalto nas últimas duas décadas. A maior operadora brasileira foi comprada por um fundo estrangeiro, a Lan comprou a TAM e veja só, a A Air France acabou de investir na GOL depois da Delta ( por sinal é este o artigo discutido). Certamente nenhuma dessas empresas veio aqui jogar dinheiro ou dar uma forcinha a economia brasileira.

Não defendo a abertura do mercado simplesmente. É sim importante ter estimulo do governo para competir. Mas é miopia não enxergar que o mercado tem sim muito espaço para melhorar. Já disseram que a TAM não ia fazer frente a Varig, que a Gol não duraria, que não havia espaço para a Azul no mercado. Quem olhasse o cenário nos anos 90 não apostaria na realidade de hj. O mesmo agora. Abrir o mercado não é só deixar que a China abra um monte de cias aéreas. É permitir que empresas mais experientes e melhor administradas possam reforçar as existentes sem maquiagem como já vimos.


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